TOP soci (ou agulhagem total)

Belo Horizonte, 6 de abril de 2005 (quarta-feira) – 00:07

Depois do fritacê trabalhístico usual, eu já acreditando que ia desfrutar de minha caminha que jazia solitária no meu quarto, recebo um convite do jonhado culete para a comemoração do aniversário da irmã dele.

Confesso que hesitei por instantes, haja vista que estava cansado e parecia um camarão do sol de meio-dia que havia sido obrigado a suportar. Porém, como não podia de forma alguma negligenciar um compromisso “familiar” de tal envergadura, decidi responder positivamente e aceitar a cerveja que gentilmente me era oferecida.

Na prática, parecia ser mais um daqueles dias em que, na manhã seguinte, eu levantaria com aquela “leve” ressaca, para encarar mais um dia de ralação. Nesse quesito, creio que não estava enganado (vamos ver quando eu levantar).

(Esperem aí, que depois do macarrão instantâneo, termino a parada.)

Mas, na teoria, era mais uma chance de rever os amigos que ultimamente me têm proporcionado dos melhores momentos da vida.

As médicas falaram de ginecologia e obstetrícia, os(as) engenheiros(as) falaram de exatas, e o jornalista falou um pouco de cada baboseira. Outros falaram de outras coisas. No final das contas, todos falaram de tudo e a rachação foi geral.

Imagine você receber uma mensagem dizendo que o sapo-boi parece uma perereca (mas é perereca ou sapo?) daquelas bem carnudas… Só estando presente para entender uma besteira dessas. Risos gratuitos, cada um mais alto que o outro.

As características de cada um na fala de cada um, nos gestos, nas palavras. Se não fosse ela, não seria tão ela. Se não dissesse aquilo, não seria tão ela (outra, é claro). Se não soltasse uma daquelas, não seria ele. E assim por diante.

Entender? Esqueça. Você só vai conseguir quando tiver a sua própria turma de amigos (espero que já tenha) e eles estiverem todos ao redor de uma mesa, tomando cerveja, alguns fumando cigarros, outros destilando o simples prazer de estar juntos.

Música, bate-papo e um cinzeiro que lembrava as canecas dos festivais de cerveja que meu pai já tanto freqüentou. Drogas? Nenhuma ilícita. Mas garanto que o refrigerante light era a pior delas. Talvez, a religião, a política ou o futebol (mas quem disse que discutimos isso?). Não importa.

De repente, uma quer ir embora porque está cansada, outra, porque também está cansada – e quase gripada. Então, naquele momento que quase ignoro a minha própria casa (não, não estou bêbado), a família resolve me levar em casa e vigiar se estou mesmo entrando direitinho.

Nada comparável. Só a vontade de abraçar a todos e dizer o quanto gosto deles. O quanto são importantes para mim. E quanto o tempo, por mais cronológico que seja, não tem o menor valor “temporal” quando se gosta de verdade.

A vocês, Dani, Lavis, Lina e Marcinha, o meu eterno carinho.
06/04/2005 – 00:47

Um pequeno glossário:

TOP: adjetivo de dois gêneros – o “mais mais”, o melhor, o que está no TOPo; que detém o máximo de qualidades essenciais para satisfazer certos critérios de apreciação (quando escrito, geralmente é utilizado em letras maiúsculas, para causar uma TOP impressão). Ex.: o T. amigo; o T. esquema; o T. lugar.

soci: adjetivo de dois gêneros – forma sucinta (derivativa) de “social” – bacana, legal; interessante, que atrai a atenção; que agrega alto valor; que diz respeito ao ótimo-estar das massas e/ou indivíduos (é comumente utilizado precedido do adjetivo TOP, agregando mais valor à expressão) . Ex.: fui a uma festa TOP s.; conheci uma garota TOP s.

agulhagem: substantivo feminino – qualidade, estilo de vida ou ação própria de agulha; designativo daquele que toma atitudes que podem ser negativas (mais utilizado) ou positivas (menos utilizado), conforme o contexto da ação (muito usado seguido do adjetivo “total”, normalmente, como expressão dita após a narrativa de uma ação executada pelo próprio indivíduo ou por outrem). Ex.: bati o carro no meio-fio. A. total!; aquele samba novo que fiz é uma TOP a.

-cê: sufixo – utilizado para modificar a palavra, de modo a transformá-la num estado. Ex.: frita; trabalha; degusta.

jonhado culete: trocadilho, forma “distorcida” de jolete cunhado.

jolete: substantivo masculino – qualquer ser concreto, conhecido por meio da experiência, que possui uma unidade de caracteres e forma um todo reconhecível (isto é, indivíduo), mas que possui uma característica negativa qualquer (ou seja, todos os humanos do sexo masculino). Ex.: o j. “chegou” na menina; o cara é um j. qualquer.

rachação: substantivo feminino – ato ou efeito de “rachar” (rir); prazer, êxtase, conjunto de sensações alcançadas com o uso de riso. Ex.: ontem, a festa foi uma r.; aquele dia, no bar, foi uma r. total.

Marcos Arthur Escrito por:

Inquieto. Curioso. Companheiro da Marina e pai do Otto. Ultramaratonista. Facilitador de aprendizagem. Sócio-fundador na 42formas. Escritor amador. Eterno aprendiz.

Um comentário

  1. Anônimo
    28/04/2006

    Preciosidade… Essa é a palavra prá definir o que esses amigos representam e o que eles proporcionam…
    Esse dia Top soci mora na minha memória… As idiossincrasias de cada um deles transformam qualquer agulhagem do dia a dia num top aproveitacê, que mais tarde será transformado em coisa boa de se ler pelos mesmos artistas…
    INSUBSTITUÍVEIS!!! AMADÍSSIMOS!!!

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